sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Medo de avião


Eu só me lembro do medo do avião quando eu embarco. Dessa vez eu ia para Brasília, o medo é grande durante e vôo e imenso na decolagem e pouso. Eu não tinha medo de voar, geralmente as crianças não têm.

As crianças sempre confiam nos pais, vão brincando no vôo, se divertem no banheiro e só não gostam do pouso de da decolagem porque precisam sentar e colocar o cinto.

Eu me lembro que os aviões eram muito maiores, ou eu era muito menor. Nas refeições nós escolhíamos entre dois pratos, que sempre vinham acompanhados de salada e sobremesa. Os talheres eram de ferro, com o símbolo da companhia aérea e claro que eu tinha uma par em casa. Ir ao banheiro era mandatório no vôo, para abrir todos os compartimentos, pegar absorvente, lenço, saco de enjôo e sabonete. Eu lia sempre o cartão de segurança e ficava mais tranquila ao saber que os assentos são flutuantes e que sempre tem uma máscara de oxigênio para cada pessoa no caso de "despressurização da cabine". Mamãe carregava o Trident para mascarmos quando doía o ouvido, cerca de duas vezes eu e o Carlos fomos na cabine do piloto e já viajamos sozinhos também, com o aviso no pescoço de "criança desacompanhada".

Hoje viajar de avião não é mais tão divertido. Geralmente eu tenho medo, mesmo acompanhada. As poltronas são apertadas, as aeromoças não são mais "tias legais", a comida caiu para barrinhas de cereais ou, quando você dá sorte, sanduíche quente. Para sentar no vaso do banheiro você tem que entrar de ré, para se olhar no esquelho ou lavar as mãos você sai e volta de lado.

O avião deixou de ser uma experiência fantástica para ser mais um meio de transporte. Isso tudo ou simplesmente... eu cresci!

2 comentários:

Unknown disse...

Jamais entrei em um desses.

8 de novembro de 2009 às 17:51
Carla Renata disse...

hahaha
isso me lembrou um episódio triste na minha vida
após passar 35 dias longe do Brasil, 10 dias na Itália, nÃo aguentando nem mais ver MASSA na minha frente, sedenta por meu feijão brasileiro...
na volta pro Brasil, eu ouvia a aeromoça falar: carne, frango ou massa? Carne, frango ou massa? e a voz dela cada vez mais alta, próxima a mim.
Quando chegou minha vez, ela simplesmente me deu a refeição e passou direto.
Eu perguntei o que era e disse que gostaria de carne ou frango. Porém era massa.
Ela disse: - Acabouu. Só temos massa.
Pense na vontade de esganar aquela mulher impecável na minha frente? Pensou? Agora multiplique por 500. Pronto.
Comi, de novo, novamente, outra vez, again, a maldita massa e até hj tenho ódio mortal daquela mulher, daquele avião e daquela companhia aérea por não ter me recusado a comer aquela merda de massa e de nao ter feito ela voltar lá dentro 2 vezes pra procurar minha carne.

22 de novembro de 2009 às 19:50
 

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